Comércio ambulante ocupa terminal

A variedade de produtos é grande. São frutas, salgados, tapioca, sorvetes, água mineral, panos de prato, fones de ouvido, carregadores de celular e outros itens. Tudo isso pode ser encontrado nos comércios ambulantes que ficam localizados no Terminal de Integração de Passageiros da Lagoa, no Centro de João Pessoa.

Quem passa pelo local com a finalidade de utilizar o transporte coletivo tem que dividir espaço com os vendedores. Para a população, no entanto, a presença do comércio é vista de forma positiva, já que oferece várias opções de compra a caminho de casa — o que falta, segundo eles, é mais organização na disposição das barracas.

Os próprios comerciantes também concordam que uma melhor distribuição dos espaços traria benefícios para todos. Valdemiro Ferreira de Lima, que há cerca de seis anos vende bananas, defende a necessidade de ordenar os vendedores no Terminal. Ele afirma nunca ter sido procurado para o cadastramento prometido. “Faz tempo que escuto falar disso, mas aqui ninguém me procurou. Seria muito bom que houvesse cadastro e até o pagamento de uma taxa. Eu sou a favor da organização — não de impedir as pessoas de trabalhar, mas de organizar melhor”, ressalta o vendedor, lembrando ainda que, quando o espaço foi reinaugurado pela Prefeitura, em meados do ano passado, houve uma tentativa de impedir a presença dos comerciantes, mas a medida não foi mantida. 

De acordo com o vendedor, o Terminal é um ponto estratégico para as vendas, já que muitos passageiros aproveitam a espera pelo transporte coletivo para comprar frutas antes de seguir para casa. “Do outro lado é movimento de loja, as pessoas ainda vão andar pelo Centro, não vão comprar uma banana para sair carregando o peso. Aqui não, elas estão indo para casa. Quando vão embora, já levam o que precisam”, explica.

A comerciante Divanilda Freitas, que também atua no Terminal, afirma estar cadastrada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano de João Pessoa (Sedurb-JP) e relata que as ações de fiscalização acontecem com frequência. Ela comenta que os fiscais sempre aparecem, retiram a maioria e depois retornam, acrescentando que concorda com a necessidade de organização, já que costuma permanecer próxima à grade. No entanto, observa que alguns colocam os produtos no local de passagem dos passageiros e de parada dos ônibus, o que, segundo ela, acaba atrapalhando quem precisa embarcar ou desembarcar.

No local há 17 anos, vendendo pipocas, salgadinhos e bombons, Dinalva diz que, se houver uma organização ou se eles forem realocados para um centro comercial, ela não iria se opor à ação. “Nunca chegou previsão disso, tenho o cadastro, mas não disseram se vamos mesmo para outro lugar. Caso aconteça, eu vou, faço meus clientes de novo”, ressalta.

A vendedora acrescenta que tira dali o seu sustento e que depende do trabalho para viver. Explica que, sempre que é retirada, volta a colocar seus produtos, seja no mesmo ponto ou em outro lugar, pois precisa vender. Segundo ela, é dessa atividade que consegue manter sua casa, além de pagar água, luz e gás, ressaltando que tudo vem dali e que precisa sobreviver.

Consumidores

Quem passa pelo Terminal diz que os vendedores não os incomodam e que gostam de ter opções de compra ali enquanto aguardam a chegada do ônibus.

“Eles precisam do seu ganha-pão, então para mim não incomoda em nada. O que me incomoda são os motoristas dos ônibus, que não respeitam os passageiros. Nesta semana mesmo, um deles, quando ia parando no ponto, chegou a bater no meu ombro, quase subiu na calçada”, relatou a copeira hospitalar, Maria Luiza Paiva Nazário. Ela diz, ainda, que compra, muitas vezes, produtos antes de ir para casa e que os comércios ali são estratégicos para quem consome. “Você compra um inhame, uma tangerina, é ótimo!”.

Outra usuária do Terminal da Lagoa, Josilene Cordeiro, observa que o espaço costuma ficar mais cheio em horários de pico, mas que logo após a passagem dos ônibus a movimentação torna-se mais tranquila. Ela considera que a maior dificuldade ocorre nas calçadas, e não propriamente dentro do Terminal. Observa ainda que os vendedores precisam garantir o sustento próprio e de suas famílias e defende que, caso não exista um espaço mais adequado, como um centro comercial, é importante permitir que continuem trabalhando. Para Josilene, com organização e um pouco de paciência, há espaço para todos.

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